domingo, 28 de janeiro de 2018

Filme: O rei do show

O rei do show  




         
       Em 2002 houve um musical que brincou com a questão de mulheres perigosas que eram presas. Era tão irônico que usava a repercussão dos crimes cometidos pelas garotas para satirizar a questão da busca do sucesso a qualquer custo. E de forma direta mostrava que a vida delas, por mais glamorosas que pudesse parecer, não era fácil e que elas eram detentas e seus crimes nem sempre bonitos. O musical se chamava “Chicago”. E ano passado, 2017, tivemos o agridoce “La La Land” que elaborou para as telas uma história de amor que durou o tempo que tinha que durar e depois acabou. Particularmente acho “Chicago” bem melhor que “La La Land” em vários sentidos. E ambos resgataram um gênero que sempre anda esquecido, o musical.  E este ano temos “O rei do show”. Se “Chicago” colocou tudo para frente e explorou   o tema da celebridade e suas “sujeiras” este filme de 2018 pegou uma premissa de exclusão social e jogou para o pano de fundo e fez o musical perder uma força que poderia dar mais sustança à produção. No fundo não passa de uma fábula de amor de um cara sonhador e exagerado que decide ficar com a mulher de sua vida e suas duas filhas. E todo o restante é cenário. O contrário devia acontecer.
Então trabalhemos o que temos.
   
Este musical conta com nomes estrelares como Hugh Jackman, Michelle Williams, Zac Efron e Zendaya. Força a barra no pieguismo, junta uma música composta para agradar o Oscar e coloca uma trupe de “estranhos” combatendo o preconceito, e o velho drama do empresário americano, conciliar brilhantismo na carreira com a vida familiar. Momentos lapidados para choro, para enternecimento e o que sobra no final? É o que o roteiro mesmo diz: um momento de felicidade. Ou apenas um entretenimento vazio. Valeu pelo momento, valeu o ingresso pago, pois nos deixou bem por duas horas após o consumo, igual a um Big Mac ou ainda um churros cheio de granulados coloridos. Porém passado essas horas a fome volta como se nada houvesse no estômago.  

               
É pura diversão e nada mais. Querer ter uma reflexão mais profunda ou ainda tentar conseguir um sentido só se formos tão superficiais quanto o próprio filme. Então, correndo o risco de ofender uma grande parcela que não me lê, o filme será um sucesso com, quase, todo o público. Alcança a todos em suas intenções.  Mas há umas verdades lá. Indiferente a qualquer coisa o show deve continuar. E nem entrarei no mérito desses tipos de shows serem exploratórios quando surgiram. Há vários vídeos e documentários sobre isso. Mas o próprio roteiro não deixa questionar isso. É uma fábula com final feliz.  E um comentário besta: Zac Efron consegue ser duro e denso perto do Hugh Jackman. Apesar de tanta maromba para compor Wolverine por anos ele tem uma bela de uma ginga para dançar e sacolejar.  


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