Esquadrão suicida: Heróis, Vilões e Preguiça
Não vou perder
muito tempo sobre o que falar desse filme. Ele é phodástico! Vale cada centavo
gasto na bilheteria e cumpre o que promete. Os personagens são, na medida do
possível, “fiéis” ao universo dos quadrinhos. E temos participações especiais
fantásticas com coadjuvantes de luxo. Se bem que todos são coadjuvantes. Não há
um principal, não há um mais ou menos fundamental.
O que me instiga a
ver esses filmes é não ser um fã/consumidor de quadrinhos. Conheço o básico e
necessário sobre vários personagens. Porém não compro as HQ há pelo menos uns
28 anos. Os meus primeiros e últimos HQs que comprei foi com suado dinheirinho
de criança. Fui até a banca e fiquei horas e horas escolhendo bem e, para fugir
da Turma da Mônica, acabei comprando dois gibis dos X-Men. E ao chegar em casa
a frustração me consumiu. Percebi que os dois eram continuação de uma história
maior que parecia estar no meio, tinha perdido os números anteriores e ainda
teria que comprar inúmeros exemplares posteriores. E a partir dali eu nunca
mais comprei os gringos e me mantive fiel até meus quinze anos aos pequerruchos
do Maurício de Sousa. Como eu gostava do Almanacão de Férias...
Tudo que soube
depois sobre os heróis da Marvel e DC foi através de desenhos que passavam na
televisão. E como alguém “de fora do meio” eu percebi que o universo dos heróis
era absurdamente enorme. E começou a ser tudo reformulado, em determinado
momento, e a se criar arcos de histórias que dariam maiores possibilidades de
sair de uma característica específica de algum personagem. Justificando assim
um retorno em outro momento de fulano ou sicrano. Com o tempo o universo desses
personagens ficou imenso, intrincado e truncado. Um personagem que tinha
aparecido em 1961 volta triunfante e ululante em uma revistinha em 1997. Um
vilão que foi morto e sepultado era remasterizado e aparecia lá na página 10 da
edição de número 134 sem nenhuma explicação plausível. Vi, ou melhor, fiquei sabendo
que o Batman, de fresco e gay que era nos anos de 1960, se tornou denso e
sombrio. Teve a coluna quebrada. Passou a bola para o namoradinho.
“Adotou”
vários Robins na sua vida. Aprendi que o Super-homem era invencível até ele ser
morto e reviver em três distintos seres, um deles um enorme ciborgue. Descobri
que o super-cão não apareceria em lugar nenhum a não ser em um desenho antigo
do Superboy. E que a Supergirl surge sei lá de onde e some sei lá por qual
motivo. Isso sem contar o universo do Flash, do Aquaman, dos X-Mens, do Homem-Aranha,
dos Smurfs e do “Jiraya a quatro”. Enfim. Tudo isso me deu uma preguiça, uma
preguiça que me fez não ligar mais para esse universo das HQs. Só ficava com os
desenhos de vez em quando.
Dá para ver o tanto
de subprodutos que se forma para tentar dar cabo desse universo de heróis e
vilões. Aí chegamos a “Esquadrão Suicida”. Que usa de vilões coadjuvantes para
formar uma “liga” improvável para salvar o mundo.
Toda essa
complexidade pode dar um ar de sofisticação ao filme e até ajuda na diversão e ao mesmo tempo gera uma grande sensação daquela preguiça já citada. Espero que os produtores identifiquem isso e consigam transformar esse universo em algo mais "fácil".
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