terça-feira, 26 de abril de 2016

Batman vs Superman: A Origem da Justiça - "De Repente"

*********Já aviso que há alguns SPOILERS*******
Demorei um pouco para assistir esse filme e talvez não tenha graça ler a resenha agora, mas já pontuei em outras resenhas que ando um pouco cansado e indignado com os preços abusivos que os cinemas andam cobrando. Então assisto filmes quando dá. Sem nenhuma preocupação de ser o "primeirão". Esses comentários que faço são mais por prazer do que por questão jornalística e crítica. Afinal, não estou ganhando, ainda, para fazer isso. E acho que não vou ganhar nunca. ^_^




























                A DC Comics, criadora do Batman e Superman, andou um pouco desconectada com o público em seus filmes. Dona de heróis emblemáticos da cultura pop parece se esforçar muito para emplacar nos filmes. Lembro aqui o fiasco que foi o frio “Superman – O Retorno” de 2006. Porém, seu parceiro das trevas, Batman, teve seu brilho com a ótima trilogia de Christopher Nolan (Batman – Begins; Batman – O Cavaleiro das Trevas; Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge). Nolan conseguiu uma postura convincente para um homem atormentado pela perda brutal dos pais no passado e que se fantasia com roupas fetichistas, supostamente inspiradas em morcegos, para combater o crime. Deu densidade, deu um roteiro bom, deu profundidade humanizadora ao personagem. Já com o Superman ficou um pouco complicado. Como humanizar um semideus? Uma criatura alienígena que detém um poder incomensurável? Se “O Retorno” falhou, em “O Homem de Aço” de 2013 tenta-se dar um contorno mais humano ao alienígena de Kripton.


                Tudo parece muito complexo e é. Quando surgiram, ambos os personagens, nos quadrinhos eram bem simplórios. Estavam do lado do bem combatendo o mal. O que se julgava bem definido naquela época. Porém o mundo foi mudando, ou melhor, nossa percepção do que é verdade ou mentira, bem ou mal, justiça ou injustiça, bondade ou maldade se ampliou e se descobriu que há uma infinidade de possibilidades entre os dois polos. Então, para fisgar os leitores, primeiramente as HQs foram obrigadas a se sofisticarem. E elevar os níveis de moralidade, ou falta dela, em suas histórias. Porém, a linguagem do cinema nem sempre comportava uma complexidade de histórias em quadrinhos. Ainda hoje sofremos com produtores, que na ânsia de ganhar dinheiro com alguma franquia, acabam mutilando, da maneira mais negativa possível, histórias adoradas por fãs no mundo todo deixando-as bem simplórias. Um exemplo foi “Harry Potter e o Cálice de Fogo” que acabou ficando só com um esqueleto seco da história do livro. E isso acontece com inúmeros outros filmes baseados em HQs ou livros.


                Quando a franquia dos “X-Mans” surgiu, já foi necessária pensar na complexidade do enredo, pois são muitos personagens que aparecem no filme. Os mutantes da Marvel Comics sempre foram em sua índole plurais. Então, nada mais justo que tentar retratar essa complexidade com voltas ao passado ou as origens de alguns personagens específicos.

                O que a Marvel percebeu e a DC ainda não sacou e já cagou um pouco com tudo, é que colocar o início de tudo no “de repente” fica um pouco forçado. Então, vemos um Magneto manifestar seus poderes primeiramente nos campos de concentração nazistas. Depois, uma reviravolta e uma revolução se inicia entre os anos de 1950 – 1960, um despertar, não só de uma nova era, mas de uma nova raça, os mutantes. Parece palpável, dentro do conceito de verossimilhança.

                E verossimilhança falta um pouco nos filmes da DC. Para quem assistiu, e quem não assistiu vai agora um spoiler, vemos uma Mulher Maravilha surgir do nada, com a explicação de que ela sempre existiu. Só que estava escondida. Pensando pela lógica básica, se ela era uma defensora da humanidade por qual motivo não apareceu quando o Superman surgiu pela primeira vez tentando combater os seus patrícios? Parece bobagem, mas uma história que quer ser mais abrangente tem que ser planejada. E o que não dizer dos outros personagens que surgem do “nada” para dentro de um arquivo secreto que a própria Diana xereta? “Tipo”, temos um mundo submarino governado pelo poderoso Aquaman e ninguém soube disso até agora???

                Além de desperdiçar Jeremy Irons como um Alfred “Jarvis” (computador sabe tudo e estrategista do Homem de Ferro) vemos a escolha duvidosa do Ben Affleck para o papel de homem morcego. Como se diria no interior de SP “Não orrrna”. E o que ele vem fazer em Metrópoles, cidade residência do kriptoniano, sendo que Gottan está caindo aos pedaços de tanta corrupção e vilania?? Viu que não “orna” de novo?


                Eu até entendo em transformar Louis Lane em uma ruiva através da ótima Amy Adams, e fazer de Lex Luthor um adolescente cabeludo petulante com outro ótimo ator, Jesse Eisenberg. Entendo. Entendo até a galhofada de usar as “Martas” para “salvar a relação” do casal...Ops!!... Dos futuros “super amigos”... É ficou bem estranho essa cena, assistam, se não assistiram ainda: “Salve a Martha...”

                O filme é legal, tanto que angariou uma das melhores bilheterias do ano. Porém, a roupagem foi um pouco além da mitologia tradicional dos personagens. É valido? Depende sempre do resultado final. E qual o resultado final de “Batman vs Superman”? Será uma franquia que dará “de repente” na Liga da Justiça... Preferia o nome clássico do desenho da Hanna-Barbera (1973-1985): “Super Amigos”.  E aguardo ver o Gleek e os Super Gêmeos para atrapalhar todas as situações dessa liga de justiceiros. Mas claro que não verei!











terça-feira, 19 de abril de 2016

Manhattan - Joia Preciosa de Woody Allen




                Ando assistindo filmes que por questão de maturidade sempre deixei passar. Entre eles, ano passado, “Annie Hall”, ou como é ridiculamente conhecido aqui, “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa”, e semana passada “Manhattan”, ambos de Woody Allen. E este é o ponto chave. Grande diretor e roteirista na ativa, praticamente um por ano, em alguns anos até mais, desde 1965. Ganhador de vários ‘Óscares’, e indicado a outros tantos. Só para saber de sua importância, já ganhou nessa premiação nas categorias de melhor diretor, melhor filme e melhor roteirista.  E para não ficar só no Oscar, temos Globo de Ouro, Bafta, pencas dos dois, e os mais conceituados e sérios: DOIS Césares, Leão de Prata em Berlim, DOIS prêmios no Festival de Veneza, e DOIS prêmios no Festival de Cannes. É, para alguém ganhar tantos prêmios assim uma coisa é certa: o cara é phodástico!!!

                Porém, tem uma coisa que ofusca Allen, o que me levou a demorar para tomar gosto pelos seus filmes. Ele é do tipo que se ama ou se odeia. Geralmente não há meio termo. Ou ele faz um filme muito phoda, muito mesmo, ou ele faz um filme que ninguém gosta. Além desses dois filmes citados acima eu aproveitei e assisti um documentário de sua vida. E o cara foi bom desde que começou como escritor de humor, passando para roteiros em televisão depois indo para shows de stand up, roteirista e ator até que tomou as rédeas de sua carreira e começou a dirigir os próprios filmes conseguindo todos aqueles prêmios citados. Ele começou a dirigir pois, em um de seus primeiros filmes, mudaram tanto seu roteiro que ele preferiu nunca mais deixar um produtor tocar em seus textos. Deu no que deu.

                “Annie Hall” e “Manhattan” não foram os únicos que assisti.  Também teve “Todos Dizem Que Eu Te Amo”, “Match Point – Ponto Final”, “Vicky Cristina Barcelona”, “Meia noite Em Paris” (sem o hífen mesmo) e “Blue Jasmine”. Este último já possui uma resenha no blog. Falarei nesta resenha sobre “Manhattan”, deixando para uma próxima oportunidade os outros.

                Como disse, eu não o assisti com entusiasmo antes, dos 30 anos, pois eu achava Woody Allen chato. Na verdade, eu não tinha a maturidade necessária para entendê-lo. E fui pego de surpresa com este filme. Julguei que seria uma apologia, uma declaração de amor a uma cidade que estou acostumado ver representada nos produtos de entretenimento americano. Porém há uma história de amor por trás. E não é uma história evidente. Ela é permeada por acontecimentos variados, idas e vindas, alguns desencontros como uma vida normal é.
Só no fim ficamos sabendo quem é o amor da vida do personagem principal. O próprio Allen faz esse personagem, Isaac Davis. E se antes eu não entendia como alguém tão feio poderia atrair o interesse de mulheres tão lindas, que estão nos seus filmes, eu simplesmente não sabia muito da natureza humana. Só perto de minha idade atual, depois de ver, viver e sentir muita coisa, principalmente morando em uma cidade grande e frequentando outra maior ainda, é que percebi que os relacionamentos são mais complexos que imaginamos. E que é sim normal, e acontece muito, de uma mulher linda, se interessar por um homem feio e não só financeiramente. Entendi um pouco, depois de tudo isso que disse, o poder de atração que uma pessoa mais velha pode exercer em alguém muito novo.

                No início o filme mostra Isaac namorando uma garota de 17 anos, Tracy/Mariel Hemingway e ter uns problemas com a ex esposa Jill/Meryl Streep que está para publicar um livro sobre a vida dos dois quando juntos. Sendo que Jill terminou o casamento com Isaac para se casar com uma mulher. Nessa mistura de situações ele conhece Mary Wilkie/Diane Keaton que é amante de seu melhor amigo, Yale Pollack/ Michael Murphy, que é casado com Emily/ Anne Byrne. Parece um caos de uma vida verdadeira. O próprio Woody Allen se envolveu em um escândalo recentemente quando sua esposa Mia Farrow descobriu que ele a traía com a filha adotiva do casal menor de idade. Se divorciando mais uma vez e ficando com a garota.
Então, nada tão perto da realidade quanto a miscelânea que Allen escreve. E antes que os puritanos “cidadãos de bem” comecem a pensar “que absurdo é esse de um filme mostrar um adulto com um relacionamento com uma menor de idade” só lembro que o filme é de 1979 e algumas hipocrisias da indústria cinematográfica ainda não existiam. Se mesmo assim você pensa “no quão errado é isso” só lembro que ainda hoje é muito comum, no mundo real, um bode velho, ou uma mulher mais velha, se interessar por uma criatura (garoto ou garota) bem mais nova que ele, ou ela, em muitos casos menores de idade. Não acho certo, mas eu sei que acontece. Posso até lembrar de um cantor descolado de uma banda bacana, que agora faz carreira solo, que começou namorar uma garota de 16 anos quanto ele já estava com seus 31... Minha opinião pessoal é simples: se é menor de idade não pode. Porém, repetindo, não é o que vejo acontecer entre várias “pessoas de bem”. Saindo então um pouco da questão moralista, volto ao filme. 

            Outra coisa que chama atenção é que é totalmente rodado em preto e branco. Remetendo a uma nostalgia que se tem de uma era onde se achava o mundo melhor. É um retomar de uma suposta pureza, pois apesar do sexo ser evidente entre Isaac e Tracy ambos são ingênuos em seus sentimentos. O tempo todo Isaac fica perguntando o que ela, com seus 17 anos, vê nele que já passou dos 40 anos. E ainda insiste que ela tenha outros relacionamentos com jovens da idade dela. E, outra alfinetada na hipocrisia, ela deixa claro que já fez sexo com outros caras, mas é com Isaac que ela se sente bem.


            Sei muito bem que essa história pode parecer espinhosa para corações sensíveis, pois o tema de jovens meninas com homens mais velhos toma ares de tabu nesses anos, mas o filme não é uma apologia ao amor com menores de idade. A garota tem 17 anos e logo fará 18, o que o filme mostra é que um coração já “vivido” pode sim se encantar pela beleza da juventude e se completar sem vampirizar a relação. E o contrário também pode acontecer, uma pessoa nova e “inexperiente” pode se aproximar sem “segundas intenções” por alguém bem mais velho. Principalmente num lugar tão fértil a qualquer tipo de encontros ou desencontros como Nova York, ou no caso “Manhattan”.






quinta-feira, 7 de abril de 2016

O Corvo e A Queda da Casa de Usher - Terror "B"


 


               

                Esses dois títulos remetem duas obras do mestre da literatura de terror e suspense Edgar Allan Poe (1809-1849). São adaptações de, respectivamente, um poema e um conto. Com direção do grande Roger Corman, especializado em filmes “B”. Outra coisa que chama atenção é o uso do ator Peter Lorre, que se mostra sempre ótimo, apesar da suposta baixa qualidade do roteiro, como um coadjuvante de qualidade. O grande astro desses dois filmes é o deliciosamente canastrão Vicent Price. O único filme que havia assistido com ele foi o também considerado clássico “Edward Mãos de Tesoura” de Tim Burton. Neste filme Price é homenageado dignamente com o papel do criador de Edward. Então, só assisti um outro filme com ele cerca de 20 anos depois.

                Os filmes são adaptações bem ruins dos consagrados textos. É essa baixa qualidade dos filmes é que dá o charme. São efeitos especiais no puro estilo “Chaves & Chapolin”. Na verdade, acredito que o saudoso Roberto Bolaños bebeu de sua fonte, afinal os filmes são antecessores de seus rocambolescos personagens.

                A produção é tão ruim que acaba por usar praticamente o mesmo cenário para os dois filmes. Lembrando que para os padrões de hoje podemos considerar ruim, para a época, enganava bem.  Ambos são quase sofríveis. Ambos são cheios de falhas de continuação, mas ambos são toscamente divertidos. Sem se levar a sério eles estão ali para divertir e só. Sem pretensões de serem pérolas do primeiro escalão do cinema acabam se revelando diamantes do entretenimento “trash”.


                Então esqueça a linha narrativa dos dois textos de Poe e saiba que com Corman só há um homem rico que mora num grande castelo que acaba envolvido em alguma trama macabra que beira um pouco o sobrenatural. Entre os dois eu gostei mais de “O Corvo” porém “A Casa...” também é competente na sua função, que é, só recordando, diversão. Vale lembrar que são filmes de 1960 e 1963, outra dinâmica, outra narrativa, outra edição, outra “velocidade”. Sabendo disso a diversão é garantida. Principalmente pelo tom cômico.

                Duas curiosidades no filme “O Corvo”, uma é a presença de Boris Karloff, outro ícone de filmes de terror e um dos protagonistas mais conhecidos do monstro Frankenstein através do filme de 1931. E a outra é o oscarizado Jack Nicholson, em início de carreira, que faz uma participação secundária em uma calça “collant” justa... Justíssima, mais justa que Deus. Ainda não possui a cara de louco característica e nem a técnica aprimorada de atuação. Isso talvez explique ele ter aceitado fazer o filme de terror “O Iluminado”, além do cachê e da possibilidade de trabalhar com o diretor Stanley Kubrick, uma lembrança de seu início.


                Como disse não espere grandes produções e atuações dignas de prêmios. Desencane e divirta-se com os exageros de um gênero que pode ser traduzido pelo termo “terrir” (terror + rir). Vale a diversão. E só para constar, ambos estão disponíveis no YouTube e no Netflix. 






sexta-feira, 1 de abril de 2016

Séries: RuPaul's Drag Race: Um Reality "De Vinhadu"








Como já comentei na resenha anterior eu me encontro totalmente atrasado com os filmes. Porém outro ponto é que ando totalmente desmotivado pelos filmes que andam por aí. Tanto que, assinante do Netflix, aproveito para assistir séries. E elas estão surpreendendo. E uma “série” que se destaca, já na 8ª temporada é na verdade um reality show: “RuPaul’s Drag Race”.



Sim, isso mesmo um reality “de vinhadu”, o que é um grande elogio. Por isso se for homofóbico pare a leitura por aqui pois não vai adiantar continuar. Agora se tiver um pouco de mente aberta aproveite e assista as temporadas ou pelo menos uma. Se não gostar tudo bem, pelo menos viu algo diferente.


“RuPaus’s Drag Race” é um típico reality show com disputas entre os participantes. Só que com homens que se vestem com roupas de mulher de forma bem feminina ou caricata. Como disse, se tiver uma mente aberta, talvez consiga entender um, preste atenção eu disse UM, viés de um mundo que as vezes fica tão distantes de muitos de nós. Não assista e comece a achar que todos os gays são assim, alguns são “drags”, o que é um pouco diferente de travesti ou transgênero.
Tecnicamente falando, uma “drag” é um homem, geralmente gay, pode ser que haja algum heterossexual por aí fazendo isso também, que se veste de mulher com fim artístico, seja através de dublagens, o mais tradicional, seja algum show de humor ligado à música ou a apresentações no estilo stand up. Para quem lembra, isso é muito antigo e entrega demais minha idade, havia aos sábados na Bandeirantes o “Clube do Bolinha” (quase imitando o Chacrinha) onde ele colocava “transformistas” dublando alguma cantora famosa, isso seria o que a drag faz. Porém o transformista pode também imitar algum homem. Já drag queens só se vestem de mulher.



O formato é praticamente o mesmo em todos os episódios, um mini desafio, que dá margem para o grande desafio da semana que depois será julgado juntamente com um desfile na passarela com roupas determinadas segundo algum tema. O grande desafio pode ser dança em grupo, encenação de algum quadro humorístico e até mesmo confeccionar uma roupa com produtos estranhos.
O desafio e o desfile são julgados por jurados convidados ilustres ficando  apenas as duas “drags” piores que precisarão dublar uma música para se salvarem. No final, a própria RuPaul, que admite isso descaradamente, é que decidirá quem ganha. E para quem não sabe quem é RuPaul... Ela é uma “drag queen” produtora, cantora, modelo, e atriz que consegui grande sucesso nos anos de 1990. Lembra daquela música “It’s Raining Men” (Está chovendo homem) que ainda é um grande hit cantado exaustivamente em caraoquês??? Uma das versões mais conhecidas é com ela. É meus amigos, o mundo gay está mais perto do que você imagina. E não se assustem, homens, se vocês reconhecerem algum termo que as mulheres usam exaustivamente por aí. É que elas aprenderam com os amigos gays.


Duas coisas tornam interessante esse programa. A primeira é que por mais “fake” (falso) que seja consegue ser um programa extremamente verdadeiro comparado a “Big Brother Brasil”, “Keeping Up with the Kardashians”, “A Fazenda” e outros do tipo. Perde um pouco, e talvez apenas, para o estilo The Voice, pois este envolve música e voz que são coisas mais acessíveis ao grande público. A segunda coisa interessante é que entre os desafios se mostra um pouco do que acontece entre os competidores. Em momentos que eles estão executando alguma tarefa, e em conversas, podemos ver como um gay também é um ser humano, e muitas vezes, um pouco mais sofrido que os outros seres humanos tidos como “normais”.
Não raras vezes algum participante abre o coração dizendo algo tão pessoal que nos choca: seja admitir que possui o vírus do HIV, seja dizer que a mãe o abandonou com quatro anos num ponto de ônibus, indo embora sem olhar para trás, seja dizer que teve algum problema com drogas, que ninguém na família sabe que era gay ou ainda que, acreditem, era virgem. Sim, alguns gays podem ser tão reprimidos pela sociedade que acabam não conseguindo se desabrocharem para o sexo.

Não sou um grande apreciador de “realitys” mas esse, contrariando minhas expectativas,  é um que consegui assistir todas as temporadas sem me entediar. Claro que pode ser um pouco difícil para alguém que não é “do meio” pegar as gírias o que não tira o charme do programa. Aos poucos todos vão se situando. Vele a diversão para quem, eu repito, se permitir ter uma mente aberta.

 E por favor “não fodam com tudo” (tradução livre de uma das frases de RuPaul) assistindo a série dublada... é péssima. Legendas são melhores e mais fiéis ao que está sendo dito.