Deadpool - Comédia?
O
que mais chama a atenção em Deadpool é a despretensão calculada. Ao
contrário de outros filmes como "X-man Origens: Wolverine", "Lanterna Verde" e até
mesmo "Homem-Aranha", este não se leva nem um pouco a sério. É sério, e disso é
que vem toda a graça do novo filme sobre super-herói.
Em
Deadpool, para resumir sua personalidade, podemos dizer que ele é um escroto.
Fala demais, zoa todo mundo demais, faz gracinhas demais, e irrita demais. E
tudo isso serviu como luva ao ator que o interpreta, Ryan Reynolds, que parece
apenas abrir a boca e ser ele mesmo. Afinal, só um total escroto trairia a
namorada, ainda mais ela sendo Scarlett Johansson. Ou seja, Deadpool é Reynolds
e Reynolds é Deadpool. Neste longa somos introduzidos ao personagem, em um arco
do tempo diferente do que acontece em “Wolverine”. Neste filme ele é muito mais
“simpático” e empático com o público. Típico de Hollywood quando quer fazer um
personagem protagonista de uma produção o humaniza ao extremo. Enquanto que nos
filmes onde são os antagonistas são transformados em cães raivosos dos infernos
sem um pingo de humanidade. Tudo para conquistar o coração do público. E sabe
que dá certo aqui?
Deadpool,
que no começo ainda é Wade Wilson, conhece o amor de sua vida, Vanessa (Morena
Baccari) e descobre que, depois de ótimas tiradas sobre sexo durante o tempo
que passam juntos, está com um câncer terminal. Desiludido se afasta e se
entrega a um tratamento um tanto duvidoso que lhe trará a cura, e quem sabe
algo mais. Porém, o “algo mais” dá poderes mutantes de regeneração e uma pele
um pouco comprometida e nojenta pelo corpo inteiro. O processo é dolorido, e lá
é torturado por Ajax (Ed Skrein) e por Pó de Anjo (sim, esse é a tradução de
Angel Dust, porém tem nome de mutante pior, aguardem). Dado como morto, tenta
uma cura para sua deformidade através de reencontrar o seu inimigo que o
torturou e o fez ficar assim.
Como
é um arco do mundo dos X-Mens, lógico que iria ter os mutantes, porém só
aparecem dois, com menos prestígio, que vão acabar ajudando ou atrapalhando,
depende do ponto de vista, os planos de Deadpool. Temos um Colossus totalmente
digitalizado (voz de Stefan Kapičić e captura do movimento de Andre Tricoteux)
e Míssil Adolescente Megasônico ( Não disse que tinha nome pior???)
interpretada pela novata Brianna Hildebrand. Em certo momento, para dar uma
anabolizada no clima do filme, Ajax rapta Vanessa antes que o herói/vilão/anti-herói
possa intervir e explicar o que lhe aconteceu. E toda ação realmente começa.
Os
efeitos especiais são bem competentes. Mas o que rouba todas as cenas é a
tagarelice e irreverência excessiva do personagem principal. Como nos
quadrinhos ele é “xatopracarai”, não fecha um minuto sequer a boca, nem nas
situações mais esdrúxulas. E, com isso, dá muita margem para o riso. Usando o
recurso de conversar com a plateia ele consegue tiradas que muitas vezes se
perdem por fazer referências a inúmeros assuntos. Chega até a brincar com o
fiasco de “Lanterna Verde”. Entre tantas piadas e graças, ele brinca com formas
de matar os inimigos, com a namorada, com o público, com o próprio filme. E até
cenas mais dramáticas são totalmente descaracterizadas, com humor, para compor
o clima da mente caótica desse personagem. O resultado final é bem interessante
e divertido. Não espere o melhor filme do mundo de mutantes, vá pronto para a
zoeira, e tudo dará certo. Não se preocupe com mais nada, este filme acabou
sendo mais engraçado que muitas comédias que assisti nos últimos tempos.
Aproveite.
Um
destaque, só para não deixar passar em branco, a campanha de marketing foi
maravilhosa. Vendeu o filme com um romance, fez cartazes bem zoados, tudo para
entrar no clima do personagem. Até trailers “românticos” foram elaborados para “vender
gato por lebre”. Lógico que só para os desavisados. Confira alguns abaixo.
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