sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Deadpool - Comédia?

Deadpool - Comédia?





         O que mais chama a atenção em Deadpool é a despretensão calculada. Ao contrário de outros filmes como "X-man Origens: Wolverine", "Lanterna Verde" e até mesmo "Homem-Aranha", este não se leva nem um pouco a sério. É sério, e disso é que vem toda a graça do novo filme sobre super-herói.


         Em Deadpool, para resumir sua personalidade, podemos dizer que ele é um escroto. Fala demais, zoa todo mundo demais, faz gracinhas demais, e irrita demais. E tudo isso serviu como luva ao ator que o interpreta, Ryan Reynolds, que parece apenas abrir a boca e ser ele mesmo. Afinal, só um total escroto trairia a namorada, ainda mais ela sendo Scarlett Johansson. Ou seja, Deadpool é Reynolds e Reynolds é Deadpool. Neste longa somos introduzidos ao personagem, em um arco do tempo diferente do que acontece em “Wolverine”. Neste filme ele é muito mais “simpático” e empático com o público. Típico de Hollywood quando quer fazer um personagem protagonista de uma produção o humaniza ao extremo. Enquanto que nos filmes onde são os antagonistas são transformados em cães raivosos dos infernos sem um pingo de humanidade. Tudo para conquistar o coração do público. E sabe que dá certo aqui?

         Deadpool, que no começo ainda é Wade Wilson, conhece o amor de sua vida, Vanessa (Morena Baccari) e descobre que, depois de ótimas tiradas sobre sexo durante o tempo que passam juntos, está com um câncer terminal. Desiludido se afasta e se entrega a um tratamento um tanto duvidoso que lhe trará a cura, e quem sabe algo mais. Porém, o “algo mais” dá poderes mutantes de regeneração e uma pele um pouco comprometida e nojenta pelo corpo inteiro. O processo é dolorido, e lá é torturado por Ajax (Ed Skrein) e por Pó de Anjo (sim, esse é a tradução de Angel Dust, porém tem nome de mutante pior, aguardem). Dado como morto, tenta uma cura para sua deformidade através de reencontrar o seu inimigo que o torturou e o fez ficar assim. 

         Como é um arco do mundo dos X-Mens, lógico que iria ter os mutantes, porém só aparecem dois, com menos prestígio, que vão acabar ajudando ou atrapalhando, depende do ponto de vista, os planos de Deadpool. Temos um Colossus totalmente digitalizado (voz de Stefan Kapičić e captura do movimento de Andre Tricoteux) e Míssil Adolescente Megasônico ( Não disse que tinha nome pior???) interpretada pela novata Brianna Hildebrand. Em certo momento, para dar uma anabolizada no clima do filme, Ajax rapta Vanessa antes que o herói/vilão/anti-herói possa intervir e explicar o que lhe aconteceu. E toda ação realmente começa.

         Os efeitos especiais são bem competentes. Mas o que rouba todas as cenas é a tagarelice e irreverência excessiva do personagem principal. Como nos quadrinhos ele é “xatopracarai”, não fecha um minuto sequer a boca, nem nas situações mais esdrúxulas. E, com isso, dá muita margem para o riso. Usando o recurso de conversar com a plateia ele consegue tiradas que muitas vezes se perdem por fazer referências a inúmeros assuntos. Chega até a brincar com o fiasco de “Lanterna Verde”. Entre tantas piadas e graças, ele brinca com formas de matar os inimigos, com a namorada, com o público, com o próprio filme. E até cenas mais dramáticas são totalmente descaracterizadas, com humor, para compor o clima da mente caótica desse personagem. O resultado final é bem interessante e divertido. Não espere o melhor filme do mundo de mutantes, vá pronto para a zoeira, e tudo dará certo. Não se preocupe com mais nada, este filme acabou sendo mais engraçado que muitas comédias que assisti nos últimos tempos. Aproveite.


         Um destaque, só para não deixar passar em branco, a campanha de marketing foi maravilhosa. Vendeu o filme com um romance, fez cartazes bem zoados, tudo para entrar no clima do personagem. Até trailers “românticos” foram elaborados para “vender gato por lebre”. Lógico que só para os desavisados.  Confira alguns abaixo.

























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