Vai Que Cola: Funciona Melhor na TV
Nem
sempre uma ideia que dá certo para a televisão consegue uma boa adaptação para
o cinema. “Vai Que Cola” derrapa em tudo que dá certo no programa do canal
Multishow. Toda a química do elenco e improvisação que dão o tom de comédia de
auditório se perde. No programa da TV o ótimo Paulo Ricardo consegue fazer suas
piadas darem certo com o tempo preciso da improvisação. No filme, ele tenta e
pouco consegue.
Basicamente
o filme é a tentativa de Valdomiro voltar a morar na Zona Sul e limpar seu
nome, e de quebra, por um problema típico carioca o povo da pensão vai morar
com ele na sua cobertura dos sonhos.
Enfim,
o que dizer do roteiro, que tenta transpor para a “realidade” a vida dos
personagens que estão sempre na pensão da matrona, que cultiva e gosta de umas
ervas suspeitas, D. Jô/Catarina Abdala. A personagem Jessica/Samantha Schmütz,
uma das mais engraçadas, acaba prejudicada e relegada e mera coadjuvante. Velna/Fiorella
Mattheis consegue se destacar mais, coisa que não acontece na TV. Cacau
Protásio que faz a impagável Teresa quase não aparece. É dado somente piadas
manjadas com seu peso e seu jeitão suburbano. Os demais, como na televisão
continuam sendo coadjuvantes e “escada” para as piadas mais engraçadas e motes
para Valdomiro/Paulo Gustavo e para Ferdinando/Marcus Majella. Caruso tenta e
só consegue ser ele mesmo. Realmente o carisma e a habilidade de improvisação
que é o diferencial no programa faz muita falta no filme. Direção, fotografia e
no geral produção bem básica.
Porém
temos que dar o braço a torcer para com as produções nacionais que concorrem
injustamente com as produções americanas. E em vários casos conseguem uma boa
bilheteria.
Vale
prestigiar, vale quere assistir por não ser “legendado”, vale por ser fã do
programa e nada mais. Caça níquel brazuca desnecessário. Entre o filme e o
programa da televisão, o programa acumula todas as qualidades e o humor.
Um
“ps”: certa vez assisti um vídeo do ator Paulo Gustavo ridicularizando uma
crítica do filme “Os homens são de Marte e é pra lá que eu vou”. Era um crítico
conceituado de uma revista “conceituada”. Só fico imaginado se ele lesse a
aminha humilde resenha/crítica. Coitado de mim... Nada pessoal viu!!!
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