quarta-feira, 31 de outubro de 2018

O mundo sombrio de Sabrina - Netflix

O mundo sombrio de Sabrina - Netflix









          O que lembro do antigo seriado Sabrina - Aprendiz de feiticeira, com Melissa Joan Hart como a personagem título, era algo fofo, cheio de piadas, bem família e algo solar. Essa nova adaptação vai para o lado oposto. É escuro, sombrio, cheio de satanismo e com um humor quase inexistente. Quando muito, sarcástico. 
         
Isso não quer dizer que seja ruim. É bom. Foge dos padrões da antiga série e nos dá algo renovado, deixa, como já disse, o humor de lado e vai direto para um suspense/terror sobrenatural com direito ao aparecimento do capiroto em pessoa em vários momentos. Mesmo assim todos os elementos estão lá, até o Salém.  
          Almas mais sensíveis e cristãs abitoladas poderão estranhar muito a temática e as referências que tanto se usam em igrejas mas de uma forma deliciosamente deturpada que agradarão um público mais ilustrado. O Senhor da Luz nunca é mencionado e somente o "Senhor das Trevas", batismos e missas negras entre outros termos que soam tão estranho pelo seu uso inverso ao cristão que nos chegam. 
         
De início eu estranhei muito a atriz que foi escolhida, Kierman Shipka, mas admito que estava com a lembrança forte de Melissa na cabeça. Após alguns episódios vi que a atriz era muito boa e uma ótima escolha para o papel. Ela consegue transitar entre a inocência e a malícia que o papel pede. O restante do elenco também se mostrou muito competente e conhecido, até certo ponto. Lucy Davis faz a simpática tia Hilda que não consegue se segurar e fala tudo o que não deveria à Sabrina e Miranda Otto vai na metida Zelda com uma força mais instigante e maldosa. Para quem não lembra das duas, Davis fez Etta Candy, secretária do crush da Diana em Mulher-maravilha e Otto é Éowyn, única capaz de realmente derrotar, na batalha final de Senhor dos Anéis, Sauron. Entre outros nomes. 
         
Por mais que a história seja pesada não é algo que dê medo de assistir sozinho em casa, a não ser que você já viva rodeado de situações paranormais em sua residência. Neste caso, eu recomendo um sacerdote de qualquer religião para resolver. No outro caso, de não ter nenhuma entidade errante em sua casa, vai depender do tipo de "cagão" que você é. Eu sou do tipo que se impressiona fácil com filmes, tanto que evito assistir os de terror durante a noite. E foi muito tranquilo assistir essa série. Admito que há cenas fortes. No mais é diversão. Numa sentada, como de costume, dá para assistir tudo num fim de semana. Conta com dez episódios com a média de uma hora cada  um. Com certeza dará pano para a manga entre os fundamentalistas cristãos. Contudo eu só os vi reclamando novelas da globo com gays ultimamente. Será que estão sem dinheiro para assinar a Netflix? Ou é só chatice de um grupo que precisa de achar um inimigo palpável para se sentir melhor e o Capiroto é muito diáfano e etéreo para a capacidade materialista deles? 
       
  Enfim, a fotografia é muito bonita e O mundo sombrio de Sabrina arrasa. Boa diversão e vamos torcer para a Netflix continuar a história numa segunda temporada.   



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