quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Séries: Chef’s Table: França - Chutar o Balde?

Chef’s Table: França - Chutar o Balde?





                Esta resenha pode ser considerada, por algum desconhecido meu, uma chutada de balde. Mas não! Eu adoro assistir documentários dos mais variados assuntos. Desde pequeno assistia o saudoso “Planeta Terra” na Cultura ou ainda algum outro documentário sobre a natureza no mesmo canal. Ou sobre guerra, um país bonito, um cantor, um estilo... Eu assisti enternecido o tocante documentário “A Marcha dos Pinguins” e adorei conhecer mais um pouco de uma diva que tanto admiro em “What Happened Miss Simone?” que resenhei neste blog há algum tempo.

                Outra coisa que sempre gostei de ver em documentários é comida. E, acho que já citei em outras resenhas, faz tempo que não assisto canais da aberta e fiquei surpreso da quantidade de pessoas que acompanhavam o “Master Chef – Brasil”. Apesar de ser um “reality” os documentários sobre comida passam resvalando nessa ideia: mostrar coisas diferentes. E no documentário não há a chatice da competição.



                E um dia, estava eu tranquilo e de bobeira sem nada para fazer (mentira, tinha muita coisa para fazer sem contar séries e filmes acumulados) busquei na Netflix algo sobre culinária e me deparei com “Chef’s Table”. Assisti um pedaço do primeiro episódio e esqueci lá na minha lista para ver depois. Passou meses e  por esses dias, novamente sem nada para fazer, ao invés de retomar o documentário já iniciado, eu fui direto ao “CT: França”. E adorei. Assisti a temporada toda numa “sentada”.



                A culinária é mostrada como algo artístico. Os chefes apresentados não só são conceituados por lá como cada um, a seu modo, fez algo que transformou a realidade à sua volta. Nesta temporada específica da França temos:

- Alain Passard: chef que, acostumado a servir pratos para carnívoros, em determinado momento de sua carreira transforma seu restaurante em um berço de experimentos orgânicos e vegetarianos. Uma heresia para o paladar francês. Não tem como negar que o visual de seus pratos são apetitosos.
Destaque para sua “Emoção Roxa com Queijo Parmesão”, “Rolê de Repolho com Pimenta Malagueta” e o “Buquê de Rosas”;






- Alexandre Couillon: com um sobrenome que em francês quer dizer algo como “idiota” vive, para piorar o nível de dificuldade em sua vida, na ilha de Noirmoutier que até 1971 ficava praticamente desligada do continente. Há uma estrada que na maré alta acaba totalmente submersa pelo mar. Então essa região acabou um pouco fora do circuito gastronômico do país. Porém Couillon colocou seu restaurante no mapa da alta culinária.
E é muito pitoresca a história de um de seus pratos mais celebrados “Ostra Erika” que além de remontar a um erro de um estagiário é o lembrete de um desastre natural que afetou toda a ilha;






- Adeline Grattard: entusiasta da culinária chinesa. Morou um tempo em Hong Kong e trouxe na bagagem não só os pratos de lá mas deu uma roupagem francesa a eles elevando o nível de seu restaurante de forma exemplar. O “Bao de Stilton”, pão assado no vapor ao estilo oriental com recheio francês e o "Biscoito de Avelã com Physalis e Sorvete de Avelã" são de dar água na boca em quem assiste;


- Michel Troisgros: quem comanda a La Maison Troisgros. Irmão do Claude Troigros, que é conhecido aqui por alguns programas nos canais por assinatura e dono de um restaurante no Rio de Janeiro.
Ele carregou o peso de ser da terceira geração da família a assumir o cargo de continuar a tradição do restaurante. Ofuscado pela maestria do pai e tio decide abandonar o passado e fazer seu próprio caminho com pratos de sua autoria.
Tudo dá certo e ele volta a servir o clássico da geração anterior a sua “Salmão com Azedinha”. Mas também possui pratos belíssimos no visual, que um dia provarei com certeza, como o “Trufa Negra com Leite”.



                Todos enfrentaram dificuldades e se reinventam para chegar ao nível que estão hoje. Todos possuem estrelas no famoso e temido “Guia Michelin” uns tiveram que conquistar outros manter depois de mudanças estratégicas.

               
E um aviso: para quem gosta de um bom documentário, com imagens belas e que fale de comida aproveite e se esbalde. Só segure a lombriga que com certeza dará trabalho.

Nenhum comentário:

Postar um comentário