Chef’s Table: França - Chutar o Balde?
Esta
resenha pode ser considerada, por algum desconhecido meu, uma chutada de balde. Mas não! Eu
adoro assistir documentários dos mais variados assuntos. Desde pequeno assistia
o saudoso “Planeta Terra” na Cultura ou ainda algum outro documentário sobre a
natureza no mesmo canal. Ou sobre guerra, um país bonito, um cantor, um estilo...
Eu assisti enternecido o tocante documentário “A Marcha dos Pinguins” e adorei
conhecer mais um pouco de uma diva que tanto admiro em “What Happened Miss
Simone?” que resenhei neste blog há algum tempo.
Outra coisa
que sempre gostei de ver em documentários é comida. E, acho que já citei em
outras resenhas, faz tempo que não assisto canais da aberta e fiquei surpreso da
quantidade de pessoas que acompanhavam o “Master Chef – Brasil”. Apesar de ser
um “reality” os documentários sobre comida passam resvalando nessa ideia:
mostrar coisas diferentes. E no documentário não há a chatice da competição.
E um
dia, estava eu tranquilo e de bobeira sem nada para fazer (mentira, tinha muita
coisa para fazer sem contar séries e filmes acumulados) busquei na Netflix algo
sobre culinária e me deparei com “Chef’s Table”. Assisti um pedaço do primeiro
episódio e esqueci lá na minha lista para ver depois. Passou meses e por esses dias, novamente sem nada para fazer,
ao invés de retomar o documentário já iniciado, eu fui direto ao “CT: França”. E
adorei. Assisti a temporada toda numa “sentada”.
A culinária
é mostrada como algo artístico. Os chefes apresentados não só são conceituados
por lá como cada um, a seu modo, fez algo que transformou a realidade à sua
volta. Nesta temporada específica da França temos:
- Alain Passard: chef que, acostumado a servir pratos para
carnívoros, em determinado momento de sua carreira transforma seu restaurante
em um berço de experimentos orgânicos e vegetarianos. Uma heresia para o
paladar francês. Não tem como negar que o visual de seus pratos são apetitosos.
Destaque para sua “Emoção Roxa com Queijo Parmesão”, “Rolê de Repolho com
Pimenta Malagueta” e o “Buquê de Rosas”;
- Alexandre Couillon: com um sobrenome que em francês quer
dizer algo como “idiota” vive, para piorar o nível de dificuldade em sua vida,
na ilha de Noirmoutier que até 1971 ficava praticamente desligada do
continente. Há uma estrada que na maré alta acaba totalmente submersa pelo mar.
Então essa região acabou um pouco fora do circuito gastronômico do país. Porém
Couillon colocou seu restaurante no mapa da alta culinária.
- Adeline Grattard: entusiasta da culinária chinesa. Morou um
tempo em Hong Kong e trouxe na bagagem não só os pratos de lá mas deu uma
roupagem francesa a eles elevando o nível de seu restaurante de forma exemplar.
O “Bao de Stilton”, pão assado no vapor ao estilo oriental com recheio francês
e o "Biscoito de Avelã com Physalis e Sorvete de Avelã" são de dar
água na boca em quem assiste;
- Michel Troisgros: quem comanda a La Maison Troisgros. Irmão
do Claude Troigros, que é conhecido aqui por alguns programas nos canais por
assinatura e dono de um restaurante no Rio de Janeiro.
Ele carregou o peso de
ser da terceira geração da família a assumir o cargo de continuar a tradição do
restaurante. Ofuscado pela maestria do pai e tio decide abandonar o passado e
fazer seu próprio caminho com pratos de sua autoria. Tudo dá certo e ele volta a servir o clássico da geração anterior a sua “Salmão com Azedinha”. Mas também possui pratos belíssimos no visual, que um dia provarei com certeza, como o “Trufa Negra com Leite”.
Todos enfrentaram
dificuldades e se reinventam para chegar ao nível que estão hoje. Todos possuem
estrelas no famoso e temido “Guia Michelin” uns tiveram que conquistar outros
manter depois de mudanças estratégicas.
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