terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Star Wars – Tudo o que Tenho a Dizer é:

Star Wars – Tudo o que Tenho a Dizer é:





         Preguiça!!!!

         Juro que tentei assistir aos anteriores e nunca consegui. Só vi pedaços e o que descobri sobre essa papagaiada marqueteira do Lucas foi por ler muita coisa na internet. Eu até me propus a assistir esse novo e nada moveu minha bunda de casa para perder o tempo de sua exibição e o valor do ingresso.
         Incrível que essa franquia é idolatrada por milhares de pessoas e não me chama atenção, mesmo tendo um dos vilões mais icônicos de todos os tempos. Nesse mesmo limbo existencial eu incluo “Mad Max” que também me dá preguiça extrema. E olha que não sou preconceituoso com filmes, já vi vários que são apenas caça-níqueis. E não são só filmes “mercadológicos”, nessa lista incluo “Blade Runner” e “2001 – Uma Odisseia no Espaço” e com muito esforço eu assisti “Laranja Mecânica”.
         Enfim, estou evitando descaradamente ao “SW”. Tudo indica que passarei por mais uma década sem assistir. Gostaria de fazer uma análise melhor dessa falta de ânimo para com esses filmes. Mas toda vez que penso só me vem à cabeça “Não estou disposto!!!”
         E como é de praxe, quanto menos me interesso pelo filme menos escrevo. Fica aqui minha “crítica”...
         Vou me voltar aos filmes cults, estou ficando muito “árido”. Então, assistirei logo a “Tangerine” para ver se serei enternecido pela Sétima Arte novamente...

         Feliz Ano Novo a todos, pelo que parece essa será a última postagem deste ano. Que 2016 traga mais filmes interessantes a serem comentados e resenhados. 

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Séries: How To Get Away With Murder: Embasbacante

How To Get Away With Murder: Embasbacante




        Já faz alguns meses que assisti toda a primeira temporada de “HTGAWM” e só agora consigo me “desembasbacar” e colocar por escrito o que senti. E não foi surpresa nenhuma ver Viola Davis ganhando lindamente o prêmio de Melhor Atriz em Série Dramática no Emmy.  E sabe o que é o mais instigante? Apesar da atuação arrebatadora a série por si mesmo tem personalidade. Viola se destacou, porém, o roteiro em si, todo fragmentado, é também um exemplo de um bom texto que nos traz uma boa história. Sem contar o elenco de apoio de extrema competência que extrapolou o simples “fazer o dever de casa”. Vou falar de “HTGAWM” por partes.

        Primeiramente o roteiro: Uma história principal permeia todos os episódios, o assassinato de um personagem, que leva a outro assassinato que desdobra toda a trama intensa. Para justificar o enredo o título dá a temática da série, em tradução livre “como se safar de um assassinato”. E junto à essa trama principal vemos praticamente um caso a ser resolvido no tribunal pela personagem de Viola Davis, Annalise, advogada e professora numa faculdade que conta com o apoio de estagiários que ela mesma escolheu entre seus alunos. A máxima, um pouco preconceituosa, eu sei, de que estagiário só faz merda se encontra nessa série. Um monte de equívocos, por parte dos jovens estudantes, causa os transtornos necessários para criar o clima de tensão que nos acompanha até o último instante do episódio final.


        Segundamente o elenco de “apoio”: Todos estão ótimos em seus respectivos papéis. Jack Falahee faz o estagiário gay que sai com todos os homens que passam em sua frente e apaixona-se por um nerd. Alfie Enoch, um remanescente do elenco secundário de Harry Potter, faz o “cachorrinho” da turma, quase ingênuo e capaz de surpreender com suas atitudes. Matt McGorry é o estagiário certinho e filho de ricos que quer a todo custo chegar ao topo da profissão, porém, nunca está dentro dos acontecimentos do grupo. Aja Naomi King é outra estagiária, que está prestes a se casar com um “bom partido” e vê essa possibilidade naufragar com tudo o que acontece. Karla Souza, a última estagiária que aparenta ser uma sonsa bonitinha, mas tem fibra suficiente para conseguir o que quer, mesmo que tenha que roubar, enganar... Cada um conta com suas cenas marcantes que acabam provando que uma boa escolha de elenco faz a diferença.

        Liza Weil e Charlie Weber amarram o grupo como auxiliares diretos de Annalise. Ambos com seus esqueletos bem guardados nos seus armários e com atitudes totalmente diferentes são capazes de derramar sangue, literalmente, por sua chefe. E a Katie Findlay que faz a amiga de uma garota assassinada e acaba se envolvendo amorosamente com o personagem do Alfie Enoch.


        Terceiramente a diva Viola Davis: esta é um caso passional que adquiri. Desde seu trabalho em “Dúvida”, onde, em uma cena perturbadora, consegue pelos minutos que dura sua atuação, cerca de 8 minutos, ofuscar a brilhante Meryl Steep, que lhe rendeu uma merecida indicação ao Oscar de Coadjuvante, eu virei fã dessa mulher. Sempre achei que o papel de mulher negra reprimida, que repete em “Vidas Cruzadas” lhe cabia bem. Porém, em “HTGAWM” sua personagem Annalise Keating não tem nada de reprimida. É poderosa, é decidida, é controladora, é inescrupulosa e é uma verdadeira VACA. E por ela ser uma vaca fica impossível não gostar. Tudo que a personagem precisa para se moldar na tela Violas Davis dá na medida certa. A densidade, o olhar de quem esconde muita coisa. A direção certa para transformar as orientações do roteiro numa obra de arte. E como foi merecido o reconhecimento do Globo de Ouro para seu trabalho. Foi bom ouvir seu discurso quando recebeu o prêmio:  "Na minha mente, eu vejo uma linha. E sobre essa linha que eu vejo campos verdes e flores lindas e belas mulheres brancas com seus braços esticados para fora sobre essa linha. Mas eu não consigo chegar lá, não sei porque. Eu não consigo superar essa linha. Harriet Tubman disse isso em 1800. E deixe-me dizer uma coisa, a única coisa que separa as mulheres negras de qualquer outra pessoa é oportunidade. Você não pode ganhar um Emmy por papéis que simplesmente não existem."

        Por essas e outras Viola Davis se tornou a minha atriz favorita dos últimos tempos. Espero vê-la em vários filmes que lhe dê personagens tão formidáveis quanto já teve até o momento.

        Há inúmeros outros motivos para gostar de “How To Get Away With Murder”. Um grande suspense policial onde as reviravoltas nos tiram o fôlego a cada episódio. E quando achamos que haverá uma pausa, o episódio que a mãe de Annalise aparece, vemos que nem em uma senhorinha há conforto e acalento materno. Só descobrimos mais coisas perturbadoras da complexa personalidade de Annalise.
       
A segunda temporada já está correndo na TV por assinatura. E promete tanto quanto a primeira. Mesmo perdendo o impacto de ser novidade. Agora iniciarei nova maratona para poder ver onde vai parar as artimanhas de Annalise Keating e tentarei contar tudo o que for possível a todos vocês.

sábado, 5 de dezembro de 2015

Sr. Holmes - Velhice, Decrepitude e Esperança

Sr. Holmes - Velhice, Decrepitude e Esperança




“Sr. Holmes” foi um filme que acabou passando despercebido pelos grandes lançamentos anabolizados da temporada. Porém, acabei me deliciando com ele. É um filme de atuação e com uma história interessante.


Aqui vemos um grande personagem da literatura,  que Sherlock Holmes, o grande detetive, está vivendo sua velhice na solidão e amargura. Tentando se lembrar de seu último caso que o fez se aposentar. Porém, todo o brilhantismo e toda lógica sucumbe diante da inefável passagem do tempo que leva consigo as memórias do velho homem. A luta desesperada de Holmes é de resgatar suas lembranças do limbo que seus neurônios criaram em seu cérebro.  Para tanto ele vai virar assíduo consumidor de geleia real e de uma planta japonesa milagrosa. Porém a devastação da velhice é implacável. Nenhum elixir pode ajudá-lo e essa falta da lembrança o tortura. Ele precisa recordar para poder entender o motivo de sua aposentadoria e culpa.

Morando em uma casa de campo ele se vê cercado pela infantil presença do garoto Roger (Milo Parker), filho de sua governanta. E toda essa amizade se forma através de um apiário que o detetive aposentado cultiva. E o inusitado, para a mentalidade contemporânea, começa a acontecer. Estimulado pela curiosidade e vigor pueril do garoto, Holmes vai exercitando suas capacidades mentais a tal ponto de recordar-se de tudo o que é necessário para poder colocar um ponto final naquele caso.

A história em si não é das mais fantásticas e mirabolantes, mas tem o seu charme compensatório. E como um roteiro bem escrito, e bem executado por um bom diretor, Bill Condon, faz adiferença. Para o velho Holmes foi escolhido o ator Ian McKellen que convive com sua governanta, Sra Munro, viúva e desgostosa com o apego que o filho demonstra pelo patrão, a ótima Laura Linney. Ambos estão ótimos. É de angustiar ver um detetive, que sempre foi retratado com muito vigor, sucumbido aos nefastos efeitos da terceira idade.

Antes, sempre interpretado como um homem de lógica irrefutável, capaz de deduzir os fatos mais verdadeiros a respeito dos outros, quase um deus idolatrado pela humanidade através das histórias que Watson escrevia a seu respeito. E agora um senhor, frágil, que luta com as poucas forças que lhe resta para recordar de algo que julga ser importante. E essa fraqueza se desdobra em erros passados que um “deus” jamais deveria cometer.


“Sr. Holmes” é um filme sensível, que apesar da velhice e decrepitude encenada, mostra um grande senso de esperança e amor à vida. Um filme que celebra um grande personagem de nossa literatura dando-lhe não o fim, mas a dignidade uma história que resgata seu espírito ao mesmo tempo que a atualiza. Pode não ser um “recomeço” para lançar franquias infinitas de cunho comercial, mas é uma homenagem bonita ao detetive que Sir Arthur Conan Doyle compôs há mais de 120 anos. E muito melhor que os últimos filmes baseados em suas histórias.