terça-feira, 3 de junho de 2014

Resenha de filme: Malévola ou Maleficent - Diva má redimida.

Malévola ou Maleficent - Diva má redimida.





         Foram muito emblemáticos os rumores de que o Walt Disney era satanista. E para muitos os seus desenhos possuíam mensagens ocultas para as inocentes criancinhas. Esse mito ou verdade perdurou até pouco tempo revoltando a revoada de cristãos com as asas da santidade e do testemunho de vida impecável...  Quando a nefasta empresa Disney comprou os direitos das histórias de Nárnia, sabidamente historietas cristianizadas, houve uma pontada de luz para a manada bufante de cristãos que viram uma centelha de conversão nas trevas peçonhentas dessa empresa.

         Porém, o passado deixa marcas... E marcas profundas... Principalmente se esse passado possui registro visual. E entre tantas possibilidades de se fazer uma vilã, Disney, fez a VILÃ das vilãs, com chifres de capeta unhudo e com o sentimento mais pérfido de todos em seu coraçãozinho, a inveja. Era a Maléfica, ou, como prefiro, Maleficent. Na época do desenho animado, o mundo pensava que tudo se dividia nos bons, e nos que eram maus. Hoje, depois de muitas reviravoltas históricas essa conversa não cola. Então se começou a fazer umas mudanças. Básicas!!! Os príncipes não eram tão príncipes mais... As princesas não eram tão perfeitas... E os vilões tinham justificativas para serem maus. Ninguém é podre de nascença... Pelo menos é isso que esse filme mostra. Tenho minhas dúvidas quando me deparo com uns seres por aí...


         E mesmo com a aparência de esposa de Satanás, Maleficent tem razões para se tornar o que vimos até então. Porém é uma versão bem particularizada da antiga história. É quase um universo paralelo. Afinal não é possível redimir assim tão fácil alguém realmente malvado. E como Maleficent é malvada, rouba a cena toda vez que aparece no desenho. E no filme, precisavam por uma mulher emblemática para ter a mesma presença forte. Há pouco tempo Charlize Theron já tinha encarnado uma madrasta má deliciosa no fraco “Branca de Neve e o Caçador”. Então alguém de peso precisava encarar o projeto. E que nome veio à mente dos produtores senão o de Angelina Jolie? ? ? Aparentemente seria impossível fazer a voluptuosa atriz virar uma Maleficent digna. Mas o que uma boa maquiagem e umas próteses não fazem em uma pessoa? ? ? ?

         Ela está perfeita. Linda, lânguida, sofisticada, chique e má, muito má... Porém é inevitável algumas coisas risíveis. A Maleficent criança por exemplo. Algo meio forçado. E as carinhas das fadinhas boas estão bem artificiais, de um jeito exagerado. E sem querer entregar demais o filme, mas em certo momento do fim a Maleficent dá lugar a uma “Tomb Raider” bem das safadas... Sem comentar mais sobre isso, vamos láh.

         Surpresa gostosa foi me deparar, mesmo que com uma computação gráfica ruim inicialmente, o rostinho de uma atriz que gosto muito, Imelda Staunton, como uma das fadas atrapalhadíssimas que quase matam Aurora com a incapacidade de agirem como seres humanos normais.

         Maleficent redime a personagem num final quase piegas. E com certa sutileza de mastodonte sobre um tema tão pertinente aos contos de fadas: o beijo de amor. Aguardadíssimo entre os mais descolados e enrustidos, o filme se mostrou bem estruturado e não forçado. Apesar de falhas, como já apontei, não interfere na diversão. Uma diva má das vilãs Disney recebeu o que há muito pedia, atenção e repercussão.  Tudo é bem conduzido. E praticamente não houve nenhum retoque na cena da maldição que Malévola lança em Aurora... E está delicioso o cinismo da interpretação de Angelina nesse momento. Nunca esteve tão bela e sedutora ao mesmo tempo e tão perigosa.

         E Aurora ? ? ? ? ? Elle Fanning é muito boa, mas diante de tanta exuberância fica apagada. Parece uma adolescente molambenta, nem uma escova fizeram nela, só para não contrastar com a personagem título. Ela deixa a carinha de Miss para o desenho e só mantém uma carinha de menininha. E o corvo? ? ? ? Mais personalidade e foi humanizado!!!! É foi!!! Virou personagem para um ator, no caso o Sam Riley, que tem boas tiradas como capanga emplumado.



         Fui dessa vez com um grupo grande de pessoas e todos gostaram. Imagino que muita gente também gostará, de crianças a beeshas deslumbradas. E como tinha bees ansiosas para assistir... 




Nenhum comentário:

Postar um comentário