Malévola ou Maleficent - Diva má redimida.
Foram muito emblemáticos os rumores de que o Walt Disney era
satanista. E para muitos os seus desenhos possuíam mensagens ocultas para as
inocentes criancinhas. Esse mito ou verdade perdurou até pouco tempo revoltando
a revoada de cristãos com as asas da santidade e do testemunho de vida impecável... Quando a nefasta empresa Disney comprou os
direitos das histórias de Nárnia, sabidamente historietas cristianizadas, houve
uma pontada de luz para a manada bufante de cristãos que viram uma centelha de
conversão nas trevas peçonhentas dessa empresa.
Porém, o passado deixa marcas... E marcas profundas...
Principalmente se esse passado possui registro visual. E entre tantas
possibilidades de se fazer uma vilã, Disney, fez a VILÃ das vilãs, com chifres
de capeta unhudo e com o sentimento mais pérfido de todos em seu coraçãozinho,
a inveja. Era a Maléfica, ou, como prefiro, Maleficent. Na época do desenho
animado, o mundo pensava que tudo se dividia nos bons, e nos que eram maus. Hoje,
depois de muitas reviravoltas históricas essa conversa não cola. Então se
começou a fazer umas mudanças. Básicas!!! Os príncipes não eram tão príncipes mais...
As princesas não eram tão perfeitas... E os vilões tinham justificativas para
serem maus. Ninguém é podre de nascença... Pelo menos é isso que esse filme
mostra. Tenho minhas dúvidas quando me deparo com uns seres por aí...
E mesmo com a aparência de esposa de Satanás, Maleficent tem
razões para se tornar o que vimos até então. Porém é uma versão bem particularizada
da antiga história. É quase um universo paralelo. Afinal não é possível redimir
assim tão fácil alguém realmente malvado. E como Maleficent é malvada, rouba a
cena toda vez que aparece no desenho. E no filme, precisavam por uma mulher
emblemática para ter a mesma presença forte. Há pouco tempo Charlize Theron já
tinha encarnado uma madrasta má deliciosa no fraco “Branca de Neve e o Caçador”.
Então alguém de peso precisava encarar o projeto. E que nome veio à mente dos
produtores senão o de Angelina Jolie?
? ? Aparentemente
seria impossível fazer a voluptuosa atriz virar uma Maleficent digna. Mas o que
uma boa maquiagem e umas próteses não fazem em uma pessoa? ? ? ?
Ela está perfeita. Linda, lânguida, sofisticada, chique e
má, muito má... Porém é inevitável algumas coisas risíveis. A Maleficent
criança por exemplo. Algo meio forçado. E as carinhas das fadinhas boas estão bem
artificiais, de um jeito exagerado. E sem querer entregar demais o filme, mas
em certo momento do fim a Maleficent dá lugar a uma “Tomb Raider” bem das
safadas... Sem comentar mais sobre isso, vamos láh.
Surpresa gostosa foi me deparar, mesmo que com uma computação
gráfica ruim inicialmente, o rostinho de uma atriz que gosto muito, Imelda
Staunton, como uma das fadas atrapalhadíssimas que quase matam Aurora com a
incapacidade de agirem como seres humanos normais.
Maleficent redime a personagem num final quase piegas. E com
certa sutileza de mastodonte sobre um tema tão pertinente aos contos de fadas:
o beijo de amor. Aguardadíssimo entre os mais descolados e enrustidos, o filme
se mostrou bem estruturado e não forçado. Apesar de falhas, como já apontei,
não interfere na diversão. Uma diva má das vilãs Disney recebeu o que há muito
pedia, atenção e repercussão. Tudo é bem
conduzido. E praticamente não houve nenhum retoque na cena da maldição que
Malévola lança em Aurora... E está delicioso o cinismo da interpretação de
Angelina nesse momento. Nunca esteve tão bela e sedutora ao mesmo tempo e tão
perigosa.
E Aurora ? ? ?
?
?
Elle Fanning é muito boa, mas diante de tanta exuberância fica apagada. Parece uma
adolescente molambenta, nem uma escova fizeram nela, só para não contrastar com
a personagem título. Ela deixa a carinha de Miss para o desenho e só mantém uma
carinha de menininha. E o corvo? ? ?
?
Mais personalidade e foi humanizado!!!! É foi!!! Virou personagem para um ator,
no caso o Sam Riley, que tem boas tiradas como capanga emplumado.
Fui dessa vez com um grupo grande de pessoas e todos
gostaram. Imagino que muita gente também gostará, de crianças a beeshas
deslumbradas. E como tinha bees ansiosas para assistir...
Nenhum comentário:
Postar um comentário