terça-feira, 17 de junho de 2014

Resenha de Filme: A culpa é das estrelas.




A culpa é das estrelas



Simbolicamente a história de Romeu e Julieta é um lembrete que um amor “adolescente” não vive eternamente. Ele morre quando o casal vira adulto. Lógico que o ideal, e o que ocorre em muitos casos, é que ele também amadureça. Mas a arte faz com que os personagens sofram e “morram” no final. Entre uma adaptação e outra este tema vem sempre à tona.

Esta é uma historinha típica de um casal com problemas que os separariam. Ao contrário de Romeu e Julieta, que têm a rivalidade dos seus familiares, os Capuletos e os Montecchios, como agente dificultador, aqui o grande antagonista do casal é o câncer. Uma doença bem emblemática em nossa era. Por mais avanços que se tenha na medicina, nem todo câncer é controlável ou curável com tratamentos. Ele surge ramificando-se de uma célula que não foi detectada, ou não foi “pega” pela quimioterapia. E o câncer não afeta apenas o paciente, os familiares ficam arrasados também. Seja pela perda do ente querido, seja pelo prejuízo arrasador nas economias da família... Caso não se consiga um tratamento gratuito.


Enfim, aqui temos o casalzinho Hazel (Shailene Woodley) e Augustus Waters (Ansel Elgort) que possuem o cancro venenoso do câncer que afetou o pulmão da garota, e fez do rapaz um perneta. Os dois são lutadores. Tudo no filme faz amenizar seus problemas. Porém ele sempre está lá. O bom humor de Augustos é tocante. Ele é quase um bobão. Em diversos momentos esquecemos que ele é apenas uma criança. Sua esperança é tocante e tocante é o que vai acontecer entre ele e Hazel, o já citado amor adolescente. Em certo momento o filme toma ares de fantasia, pois há um livro, o preferido da garota, e surge a oportunidade de conhecer o autor, que mora na Holanda. E lá vão eles para o mundo dos sonhos em um passeio. Porém a realidade se mostra um pouco realista demais e surge a decepção com o escritor. Personagem esse vivido por Willem Dafoe que continua estranho com seu rosto esquisito e com sua atuação que não consigo classificar nem como ruim. O casal de protagonistas têm uma boa presença na tela e uma atuação muito competente. Soam muito naturais. E o amigo de Augustus, que possui câncer nos olhos e em determinado momento fica cego, pois tira o único olho que tinha restado, causa alguns momentos de risos, ingênuos, mas válidos. Vivido por Nat Wolff, Isaac é um contra ponto ao casal.


Outra deliciosa presença no filme é Laura Dern que faz mãe de Hazel. Sua interpretação é um refresco diante de um tema pesado como este. É uma mãe sofredora, sem as frescuras do gênero. Outra presença bem interessante é Lotte Verbeek que faz a assistente do escritor amargo do Dafoe, Lidewij. Ela leva o casal para um passeio por Amsterdã. Achei estranha a escolha de se visitar a casa de Anne Frank, principalmente por uma voz fantasmagórica ficar recitando o tempo todo trechos de seu diário dando uma ponte entre a vida da pequena judia morta no campo de concentração nazista e a jovem americana que também sofre em um campo de concentração pessoal.



O filme é baseado na obra de John Green, que não li, mas dá vontade de ler. Houve sim um chororô no cinema. E eu por motivos particulares, que não convém citar aqui, não senti nem uma lágrima escorrendo. Para falar a verdade fiquei até irritado. A culpa não foi do filme em si, e sim do que já escrevi: motivos particulares. Li em várias sinopses que o filme não era piegas. Não, ele é piegas... Não exageradamente a ponto de causar vergonha de estar assistindo aquilo. É um filme bem bonitinho e gostosinho, se não tiverem “motivos particulares” que também os irritem. Não vá esperando um típico “happy end”, lembrem-se: é a história de duas pessoas com uma doença que nem sempre tem cura. Porém não é um final que causa um nó na garganta nem vontade de cortar os pulsos no banheiro do cinema. Vale assistir até o fim. Vale o preço absurdo que os cinemas estão cobrando por um ingresso. Vale até você estar com alguém especial do lado para sentir umas fungadas de emoção no seu ombro nos momentos mais críticos... Fica a dica!!!! 





segunda-feira, 16 de junho de 2014

30.000 acessos!!!!!

         


        Então, meu blogue foi "fundado" no dia 12 de dezembro de 2012... uma coincidência ou uma data simbolicamente significativa???? Vai saber néh????

         Mas o que é mais interessante é que apesar dele ser um blogue de textos "grandes" ele é bem acessado, pelo menos para meus padrões e expectativas...... 
          Hoje com um ano e seis meses meu blogue atingiu mais de 30.000 visualizações... especificamente 30.275 acessos....

           Só tenho que agradecer a todos que estão contribuindo com isso....

             Obrigado a todos vocês!!

terça-feira, 3 de junho de 2014

Resenha de filme: Malévola ou Maleficent - Diva má redimida.

Malévola ou Maleficent - Diva má redimida.





         Foram muito emblemáticos os rumores de que o Walt Disney era satanista. E para muitos os seus desenhos possuíam mensagens ocultas para as inocentes criancinhas. Esse mito ou verdade perdurou até pouco tempo revoltando a revoada de cristãos com as asas da santidade e do testemunho de vida impecável...  Quando a nefasta empresa Disney comprou os direitos das histórias de Nárnia, sabidamente historietas cristianizadas, houve uma pontada de luz para a manada bufante de cristãos que viram uma centelha de conversão nas trevas peçonhentas dessa empresa.

         Porém, o passado deixa marcas... E marcas profundas... Principalmente se esse passado possui registro visual. E entre tantas possibilidades de se fazer uma vilã, Disney, fez a VILÃ das vilãs, com chifres de capeta unhudo e com o sentimento mais pérfido de todos em seu coraçãozinho, a inveja. Era a Maléfica, ou, como prefiro, Maleficent. Na época do desenho animado, o mundo pensava que tudo se dividia nos bons, e nos que eram maus. Hoje, depois de muitas reviravoltas históricas essa conversa não cola. Então se começou a fazer umas mudanças. Básicas!!! Os príncipes não eram tão príncipes mais... As princesas não eram tão perfeitas... E os vilões tinham justificativas para serem maus. Ninguém é podre de nascença... Pelo menos é isso que esse filme mostra. Tenho minhas dúvidas quando me deparo com uns seres por aí...


         E mesmo com a aparência de esposa de Satanás, Maleficent tem razões para se tornar o que vimos até então. Porém é uma versão bem particularizada da antiga história. É quase um universo paralelo. Afinal não é possível redimir assim tão fácil alguém realmente malvado. E como Maleficent é malvada, rouba a cena toda vez que aparece no desenho. E no filme, precisavam por uma mulher emblemática para ter a mesma presença forte. Há pouco tempo Charlize Theron já tinha encarnado uma madrasta má deliciosa no fraco “Branca de Neve e o Caçador”. Então alguém de peso precisava encarar o projeto. E que nome veio à mente dos produtores senão o de Angelina Jolie? ? ? Aparentemente seria impossível fazer a voluptuosa atriz virar uma Maleficent digna. Mas o que uma boa maquiagem e umas próteses não fazem em uma pessoa? ? ? ?

         Ela está perfeita. Linda, lânguida, sofisticada, chique e má, muito má... Porém é inevitável algumas coisas risíveis. A Maleficent criança por exemplo. Algo meio forçado. E as carinhas das fadinhas boas estão bem artificiais, de um jeito exagerado. E sem querer entregar demais o filme, mas em certo momento do fim a Maleficent dá lugar a uma “Tomb Raider” bem das safadas... Sem comentar mais sobre isso, vamos láh.

         Surpresa gostosa foi me deparar, mesmo que com uma computação gráfica ruim inicialmente, o rostinho de uma atriz que gosto muito, Imelda Staunton, como uma das fadas atrapalhadíssimas que quase matam Aurora com a incapacidade de agirem como seres humanos normais.

         Maleficent redime a personagem num final quase piegas. E com certa sutileza de mastodonte sobre um tema tão pertinente aos contos de fadas: o beijo de amor. Aguardadíssimo entre os mais descolados e enrustidos, o filme se mostrou bem estruturado e não forçado. Apesar de falhas, como já apontei, não interfere na diversão. Uma diva má das vilãs Disney recebeu o que há muito pedia, atenção e repercussão.  Tudo é bem conduzido. E praticamente não houve nenhum retoque na cena da maldição que Malévola lança em Aurora... E está delicioso o cinismo da interpretação de Angelina nesse momento. Nunca esteve tão bela e sedutora ao mesmo tempo e tão perigosa.

         E Aurora ? ? ? ? ? Elle Fanning é muito boa, mas diante de tanta exuberância fica apagada. Parece uma adolescente molambenta, nem uma escova fizeram nela, só para não contrastar com a personagem título. Ela deixa a carinha de Miss para o desenho e só mantém uma carinha de menininha. E o corvo? ? ? ? Mais personalidade e foi humanizado!!!! É foi!!! Virou personagem para um ator, no caso o Sam Riley, que tem boas tiradas como capanga emplumado.



         Fui dessa vez com um grupo grande de pessoas e todos gostaram. Imagino que muita gente também gostará, de crianças a beeshas deslumbradas. E como tinha bees ansiosas para assistir...