Resenha de filme: Lincoln – Assista se realmente gostar da
arte cinematográfica
Como poderia
definir esse filme em uma palavra só?
Chato?
Sim é um filme
muito chato. Bem realizado, bem interpretado, roteiro bem estruturado. Porém, o
que Abraham Lincoln teve de interessante na sua vida? Homem “certinho” que assumiu
o poder num período de guerra sem sequer estar nela de verdade. Um burocrata.
Que fez umas escolhas boas, e sempre mostrou um bom coração. Porém o que mais?
Santos e homens dignos, no pós-Freud, não deixam uma história interessante.
Porém assisti o filme todo sem incômodo nenhum. Tudo é cinza/azulado demais,
não há cores, é insosso como todo político.
A interpretação de Daniel Day-Lewis
é realmente de surpreender. A transfiguração que a maquiagem fez, foi soberba.
Sally Field também está ótima, bem alterada como uma mulher que não esconde sua
opinião. Seu embate com Tommy Lee Jones foi um espetáculo.
Falando sobre a
prestação de contas doméstica da Casa Branca, o tom acirrado da disputa fica
até mais denso e objetivo, que os caminhos não tão diretos que o marido faz na
política. Elenco de peso. E uma coisa que se faz necessário, como uma
obrigação, nos filmes hollywoodianos, beldades que agrade os olhos, seja homem
ou mulher, é inexistente no filme. Tem o Joseph Gordon-Levitt, vocês podem
dizer. Beldade ele não é, não chega a ser feio também. Porém não existe um
apelo sensual, a não ser que alguém tenha tara por homens com barbas estranhas.
E como tem barbas estranhas nesse filme. E como tem homens feios também. Eu já
estava admirado com “O Hobbit” que os personagens principais, ou pelo menos os
que aparecem mais, são todos feios ou “enfeiados” propositalmente. “Lincon”
supera em feiúra. E, além disso, outra coisa que não saiu da minha cabeça
enquanto desenrolava as cenas: seja onde for, EUA ou Brasil, políticos são
todos iguais. Em sua maioria, velhos, chatos, e preocupados com interesses
próprios ou de grandes grupos e não com o povo. O filme não mostra o verdadeiro
interesse em libertar os escravos. A falta de “liberdade” não combina com o
espírito capitalista. Escravos não “compram” produtos. Agora um trabalhador
assalariado, compra, e como compra!!! Seja no crediário das Casas Bahia em 0+10
Mensais, seja na maior invenção do século: o cartão de crédito. Principalmente
em um país que criou uma economia forte, e transformou a grande maioria em
classe média, bem ávidas em consumir. O
filme trata do mito, não do homem. Como sempre a mania exagerada dos americanos
em exaltar seus “heróis”, tudo bem que mostra uma, pasmem, briga familiar. Pois
éh, ninguém é perfeito... Lincoln teve problema em aguentar a chatice de sua
esposa chorona. Ou também quando tenta comprar votos para seu objetivo. É... Se
Lincoln, todo certinho, fez, imaginem se os políticos brasileiros não vão se
justificar...
O filme é
muito bem produzido, dirigido, atuado, e fotografado. Para mim é demais a cena
inicial ser uma batalha numa poça de lama, caindo chuva aos cântaros, homens se
matando, se pisando, se estapeando, cuspindo, enfiando dedo no olho, chutando
sacos, dando Kamehamehas e de repente, aparecer um mané carregando uma bandeira
americana, incrivelmente limpa, colorida e engomada, com um perfeito caimento e
num ângulo milimetricamente calculado.
Meio exagerado, mas como somos uma colônia, não devemos contestar o império dominante. Néh!!! Afinal o diretor é ninguém menos que o Steven Spielberg. Sim? Não? Dúvida? Tanto faz... E com a idade ele também está ficando chato, foi-se a época de “E.T.”, a trilogia “Indiana Jones”, produções como os “Goonies”, “Gremlins” e tantos outros, tão legais!!!
Meio exagerado, mas como somos uma colônia, não devemos contestar o império dominante. Néh!!! Afinal o diretor é ninguém menos que o Steven Spielberg. Sim? Não? Dúvida? Tanto faz... E com a idade ele também está ficando chato, foi-se a época de “E.T.”, a trilogia “Indiana Jones”, produções como os “Goonies”, “Gremlins” e tantos outros, tão legais!!!
Diante de um
filme forjado para o Oscar eu me questiono se não seria melhor ter feito um bom
especial para HBO. Eu não senti o tempo passar lá. Nem torci para ele morrer
logo. É um filme para quem realmente gosta de filmes. Não é fácil, eu mesmo me
perdi em algumas questões históricas dialogadas no filme. Alguns nomes não me
disseram nada, mas sei que são relativamente importantes para os “estadusunidenses”.
E mais uma vez, eu não entendo o
motivo, de certas pessoas irem ao cinema. Essa reclamação já está ficando
chata. O valor que se paga do ingresso não dá direito a ninguém ficar
incomodando os outros. E essa maldita “geração Crepúsculo” insiste em assistir
filmes que não dão conta. Um filme como “Lincoln” é algo para quem realmente
gosta, não para garotinhas que só vão lá por causa dos garotos que nem prestam
atenção em suas existências. Uma infeliz dessas ficou o tempo todo sentada,
quatro cadeiras de distância, e conseguia fungar alto o suficiente, derrubou um
monte de coisa no chão, ligava a tela do celular com uma luz muito forte, se
mexia e tentava falar com o garoto, que estava muito mais interessado no filme
que nela. E eu tenho que aturar... Realmente já ponderei se vale a pena
continuar indo a cinemas. É caro, você tem que deslocar por um tempo considerável,
as sessões legendadas estão aparentemente sumindo, e não há respeito por parte
de muita gente. Se estiver virando uma tortura é melhor não ir. Melhor esperar
chegar a locadora, na TV, no camelô, naquele site que tem todos os filmes
lançamentos... Pois éh.... Está ficando difícil aguentar algumas situações.
vinimotta2012@gmail.com
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